Na segunda matéria da série para mostrar opções de turismo cultural e comunitário em Salvador, veja como foi nossa visita a comunidade carente da Gamboa e ao Forte da Barra.
->Veja a primeira matéria sobre Turismo Comunitário e Cultural em Salvador <-
Feijoada, aula de culinária e passeio de barco na comunidade da Gamboa
A comunidade que começou como uma vila de pescadores cresceu e hoje é residência de varias famílias carentes de Salvador. Localizada em uma área nobre da cidade, bem próximo a Avenida Sete de Setembro, a comunidade debruça-se na Bahia de Todos os Santos.
Sim, brasileiros sendo levado para conhecer uma comunidade carente de Salvador por uma guia “gringa”!
Comunidade da Gamboa
No caminho Anne nos explica que na comunidade existe sim o tráfico de drogas, porém o trabalho de turismo é realizado com os pescadores da comunidade, que ali estavam desde o começo e por isso os turistas que chegam acompanhados da guia, que já é conhecida na comunidade, nunca tiveram problemas nesses mais de dois anos que o passeio é realizado.
Na descida do morro o turista não vai encontrar pessoas armadas, nem pedindo dinheiro. Ao invés disso vai encontrar muita alegria e receptividade dos moradores. Lá pode-se tranquilamente andar com sua câmera fotográfica e os moradores são sempre receptivos a uma foto.
Cinco minutos de descida e chegamos à casa de Fafa e Crispina, a cozinheira que recebe os turistas em sua casa e, em sua cozinha, os ensina a fazer a tradicional moqueca baiana .
Para saber mais sobre o roteiro que envolve as compras no mercado público e a aula de culinária na comunidade entre em contato com a agência Bahia Metisse.
Forte São Paulo da Gamboa
Outra variável do roteiro é chegar ou sair da comunidade da Gamboa com o barco do pescador Fafa. Que é também o responsável por pescar a lagosta para os turistas, sendo este um opcional a feijoada servida no bar próximo à casa de Fafa.
Durante o passeio de barco, a remo, o turista sai da comunidade e vai até o Forte da Barra, com paradas para mergulho e snorkel nas águas límpidas da Baía de Todos os Santos. Este passeio proporciona um ângulo diferente da maioria dos turistas que visitam Salvador, uma vista do Forte e do Farol da Barra vistos do oceano.
Fafa e sua esposa
Depois de um agradável papo á beira mar na casa de Fafa e Crispina, com certeza uma das vistas mais privilegiadas da cidade, fomos para o bar da Monica, logo ali ao lado, onde Dona Ana e Monica preparam o almoço dos clientes.
A esta altura, as nuvens já estavam se dispersando e o sol começava a brilhar, e por isso o movimento do bar também começava a aumentar. Música baiana tocando e, a beira mar, saboreamos uma honesta feijoada. Um pouco diferente da tradicional, afinal estávamos no meio de uma comunidade carente e o preço da porção para duas pessoas sai por apenas R$ 15,00, mas era muito gostosa.
Veja reportagem da band sobre a comunidade da Gamboa
Farol e Forte da Barra
Saciados, partimos então para a parte final do nosso passeio, o Farol e o Forte da Barra. Mas antes de subirmos a comunidade para pegar o carro demos uma passadinha no que deve ser, talvez, o Forte menos visitado de Salvador, o Forte São Paulo da Gamboa, localizado dentro da comunidade da Gamboa. Forte que devido a ação do tempo e do abandono do poder público virou residência dos moradores da região, mas ainda guarda a antiga entrada, uma torre de observação e a base do que já foi o local de um canhão.
Dez minutos de depois, após passar pelo belíssimo e verde Corredor da Vitória formado pelas árvores de um trecho da avenida Sete de Setembro , chegamos ao Forte da Barra (Forte de Santo Antônio da Barra), outro ponto muito famoso de Salvador. O forte abriga hoje o Museu Náutico da Bahia, mas infelizmente, devido ao adiantar do horário, só pudemos contemplar sua beleza por fora, o que já vale a pena, pois a construção é muito bonita e está muito bem cuidada.

Acarajé, comida típica local
Uma sugestão para quem passar pelo Farol da Barra é esticar a caminhada até o Forte de São Diogo, passando no caminho pelo Forte de Santa Maria. São três fortes em menos de dez minutos de caminhada. Ao lado do Forte de São Diogo fica o Instituto Mauá, local onde é possível encontrar artesanato local genuíno e a preço justo e acessível.
Apesar do pouco tempo que tivemos para conhecer as belezas de Salvador, fica a dica para que o turista conheça a Salvador turística e a Salvador verdadeira, dos moradores locais. O turista pode conhecer a verdadeira Salvador, conhecer os locais que os moradores da cidade frequentam, comer onde eles comem, viver a cidade. O Pelourinho, com todas as suas igrejas, e suas construções centenárias, é sim um ponto turístico que tem que ser visitado, porém ali o turista não consegue sentir e viver a verdadeira Salvador e por isso buscamos e encontramos a agência de turismo Bahia Metisse, uma agência fundada e mantida por uma guia francesa, que mora a mais de sete anos no Brasil e que, por ser estrangeira, identificou a falta de uma agência que mostrasse a verdadeira a Salvador e hoje leva turistas, até agora 100% estrangeiros, a locais que as outras agencias não levam.

Forte da Barra, Salvador
Fica nossa sugestão de ir visitar o Mercado Público de São Joaquim (o verdadeiro mercado público e não apenas o Mercado Modelo), ir fazer uma aula de culinária com uma moradora local ou fazer um passeio de barco com um pescador da comunidade. Ou então visitar a surpreendente e acolhedora comunidade da Gamboa, uma favela bem no meio da cidade de Salvador.
->Veja a primeira matéria sobre Turismo Comunitário e Cultural em Salvador <-
Por Thiago Cagna. Consultor EcoHospedagem.
Contribuíram com esta publicação
Anne Simonet – Agência de turismo Bahia Metisse – www.bahiametisse.com
Revisão e edição de texto – Nathalia Pereira, Jornalista – www.nathaliapereira.com
Deixe uma resposta